Exploração das potencialidades da biosfera




A Terra é um planeta repleto de vida. Das profundezas dos oceanos ao topo das mais altas montanhas, das calotes polares às tórridas regiões equatoriais, é sempre possível encontrar alguma forma de vida adaptada ao ambiente. A vida na Terra começou-se a formar-se à mais de 3,5 biliões de anos, desde então que se tem vindo a diversificar.
A biosfera designa o conjunto de regiões do planeta ocupadas por seres vivos, os seres vivos e as interações entre os mesmos e com o meio. A diversidade de elementos e de interações na biosfera possibilita as transformações de energia e a circulação de materiais entre o meio biótico e abiótico que garante aos organismos a manutenção das suas funções vitais e um equilíbrio dinâmico.
A partir da segunda metade do séc. XX verificou-se um aumento exponencial da população e, consequentemente, um aumento das necessidades, o que levou a um aumento da produção. Sendo assim, o crescimento da população humana tem sido acompanhado por um aumento da exploração dos recursos da biosfera e pela introdução de desequilíbrios, uma vez que, as plantas, os animais e os produtos que deles derivam constituem, quase totalmente, os recursos alimentares do Homem e são obtidos, essencialmente, pela agricultura, pecuária e pesca.
Estas mudanças na humanidade criaram, inevitavelmente, problemas e diferenças no planeta Terra.


Agricultura:

Antigamente, a agricultura praticada era uma agricultura tradicional caraterizada pelo cultivo de pequenas áreas, em regime de policultura, com utilização de técnicas que preservam a rentabilidade do solo, tais como:
  • Rotação de culturas;
  • Pousio;
  • Aplicação de adubos orgânicos;
  • Associação de espécies com diferentes necessidades em elementos minerais;
  • Rega manual;
  • Trabalho manual com a ajuda de animais.
Este tipo de agricultura era pouco eficiente, pois dava pequenas quantidades de produto. Porém, mantinha a fertilidade dos solos, era pouco ou nada poluente e preservava os recursos hídricos.


Nos dias que correm, faz-se uma agricultura intensiva. Esta técnica utiliza grandes áreas de cultivo, em regime de monocultura, isto é, cultivo de uma única espécie. Atualmente, utilizam-se:
  • Adubos sintéticos;
  • Pesticidas;
  • Rega automática;
  • Máquinas para a execução do trabalho.
Esta nova forma de agricultura tem consequências muito nocivas para o meio. Apesar da produção de alimentos ser em grande quantidade, de tal forma que estes podem ser comercializados, a obtenção de novas áreas de agrícolas é, muitas vezes, feita à custa da desflorestação. Por outro lado, a monocultura esgota os minerais dos solos rapidamente, o que conduz à degradação do solo e à desertificação. Tudo isto torna mais fácil o aparecimento de pragas e doenças e leva à falta de biodiversidade. Os adubos e pesticidas são altamente poluentes e há um gasto exagerado dos recursos hídricos. Para concluir, tudo isto é, muitas vezes, alimentado a combustíveis fósseis, o que ainda contribui mais para a poluição.


Degradação dos solos:


O solo é um recurso natural básico, constituindo um componente fundamental dos ecossistemas e dos ciclos naturais, um reservatório de água, um suporte essencial do sistema agrícola e um espaço para as actividades humanas e para os resíduos produzidos.  
A sobre exploração dos solos faz com que os minerais e recursos hídricos se esgotem. Por outro lado, a utilização de pesticidas e adubos químicos provoca a sua contaminação. Tudo isto faz com que os solos se tornem pouco férteis e pouco produtivos, ficando degradados e com as suas capacidades reduzidas.
Uma vez que, na natureza todos os processos são interdependentes, a degradação do solo está intimamente relacionada com problemas de outros recursos: recursos hídricos, biodiversidade e redução da qualidade de vida da população afetada. 
A degradação do solo pode ser consequência de vários fenómenos:
  • erosão ou desertificação do solo;
  • utilização de tecnologias inadequadas;
  • falta de práticas de conservação de água no solo;
  • destruição da cobertura vegetal, nomeadamente para a expansão urbana.
Desflorestação:

A desflorestação consiste no abatimento e destruição massiva de árvores, normalmente, causada pela atividade humana. Esta prática faz com que o mundo perca, todos os anos, grandes áreas florestais.
As principais consequências da desflorestação são:
  • Enfraquecimento da relação entre seres vivos animais e vegetais;
  • Aquecimento global do planeta;
  • Diminuição da biodiversidade;
  • Perda excessiva de plantas e animais;
  • Emissão de dióxido de carbono para a atmosfera;
  • Modificação da crosta terrestre.
Com a destruição tão rápida de massas florestais é quase impossível recriar estes espaços com as mesmas espécies, causando espaços áridos e áreas de erva e vegetação de pequeno porte. Apesar das florestas cobrirem apenas 7% da superfície terrestre elas contêm grande parte das espécies animais e vegetais, muitas ainda não identificadas.



Desertificação:

Desertificação é o fenómeno que corresponde à transformação de uma área em um deserto. O termo desertificação significa a perda da capacidade produtiva dos ecossistemas. O processo é pouco percetível pelas populações locais. Há também diminuição da fauna e flora, extinção de espécies e reprodução de espécies raras.
Causas da desertificação:
  • agricultura e a pecuária intensiva (adubação e cultivo excessivo);
  • desflorestação;
  • crescimento urbano;
  • erosão dos solos;
  • escassez de precipitação;
  • poluição.
Por outro lado a desertificação tem consequências devastadoras para o planeta, entre elas há consequências:
  • Sociais: Abandono das terras por parte das populações mais pobres (migrações);
  • Económicas: Queda na produção e produtividade agrícolas;
  • Recursos naturais e clima:
  1. Perda de biodiversidade (flora e fauna)
  2. Perda de solos por erosão
  3. Diminuição da disponibilidade de recursos hídricos devido à acumulação de detritos nos rios e reservatórios
  4. Aumento dos períodos de seca por incapacidade de retenção de água dos solos
A população humana cresceu, há mais homens no mundo e cada um desses homens tem necessidades, logo a pressão sobre os recursos naturais aumentou. A biosfera tem capacidade para responder a todas essas exigências, mas por quanto tempo? O ser humano usa e abusa daquilo que a Terra lhe dá e isso traz consequências devastadoras para o mundo. Será que as possibilidades que a biosfera oferece se irão esgotar, ou irá o homem conseguir dar a volta aos obstáculos que o limitam e garantir os recursos para as gerações futuras?





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